sexta-feira, 4 de abril de 2025

 

maravilhas

despencam

da letramorfose veloz

dos maia alcoólicos.

Wladimiras

Maia cósmicos designs

                        palavrilhas

                        iluminuras

                                               nuvens de calças

                                               agudas virilhas.

 

Admiras

cúbicos concertos

                        vídeo-textos

                        hologravuras

                                               concretagens.

 

ATENÇÃO POETAS NINJA

O concretismo

com cretinos

                        desatina!

 

 

Alex Sakai – Juquiá - 1990

 

✦ Poesia Comentada #2

✦ Introdução

O poema que trago hoje é uma provocação visual e filosófica: “Insaciedade dos poetas mortos-vivos” não é só um título — é um manifesto.

Aqui, palavra, imagem e conceito se fundem numa crítica cortante à estagnação literária — ao “poeta morto” que ainda respira, mas não vibra.

É um grito de alerta e também um epitáfio. Mas ao contrário dos epitáfios, este aqui desperta em vez de encerrar.

Abaixo, a leitura interpretativa de um poema que exige mais do que olhos: exige nervo.


✦ Análise Literária: Insaciedade dos poetas mortos-vivos

1. O título como poema

“Insaciedade” é uma palavra poderosa — fala de uma fome que não cessa, um apetite essencial, quase espiritual. A insaciedade aqui é do verbo, da inspiração, da autenticidade.

“Mortos-vivos” é o paradoxo: poetas ativos em corpo, mas inertes em criação; ou talvez esquecidos, mas ainda ardendo no subsolo da linguagem.

2. Uma crítica tipográfica

A escolha visual do título — com diferentes fontes, contrastes e famílias tipográficas — nos entrega uma poesia visual de impacto.
A confusão gráfica expressa o próprio desconforto estético que o poema denuncia: os poetas que se repetem, se esvaziam, se imitam, como zumbis do verbo.

3. Entre a denúncia e o apelo

Esse poema é um soco sem levantar a voz.
Ele denuncia o adormecimento da palavra criadora, mas também apela por resgate.
Há um desejo pulsante de ver poesia viva de novo, e não apenas discursos formatados em forma de poema.

4. A vitalidade da revolta

Nomear a morte criativa é o primeiro passo para revivê-la.
O poeta não quer apenas provocar — ele quer ressuscitar o verbo, o risco, o sangue, a arte viva.
E, acima de tudo, a coragem de ser insaciável na criação.


✦ Conclusão

“Insaciedade dos poetas mortos-vivos” não é um lamento: é um clarim.
Um convite à reinvenção. Um espelho que só mostra o reflexo de quem ainda tem fome poética.

💬 E você, leitor? Escreve com fogo ou apenas repete fórmulas mortas?
Comente, compartilhe sua leitura — e escreva hoje com a intensidade de quem precisa viver em cada palavra.

Um comentário:

sakai-san disse...

Tags:
poesia visual, poesia comentada, insaciedade, poetas mortos-vivos, Alex Sakai, Juquiá, manifesto poético, concretismo, experimentalismo, poesia brasileira